Matéria que encontrei no Blog da Angela Rios…
Coloco também o relato dela sobre o assunto:
Angela Rios: Essa é uma discussão muito frequente que tenho no consultório. Infelizmente as gestantes percebem a maioria de seus médicos distantes ou pouco claros durante as consultas, o que as deixa inseguras e com medo. Algumas delas preferem “obedecer” as condutas do médico, mesmo que não concordem, por insegurança de buscar outro profissional.
Acompanhei o caso de uma mulher que, ao ter a indicação de uma cesárea desnecessária aos “45 do segundo tempo” bateu o pé, procurou uma segunda opinião e conseguiu o parto normal rápido e tranquilo para o qual ela tinha se planejado durante toda a gravidez. Neste caso não foi preciso trocar de médico, apenas ao procurar informação e mostrar-se dona de seu corpo, o médico mudou a conduta e desmarcou a cesárea injustificada.
Segue o artigo da revista Crescer deste mês, que aborda esse assunto.
“Ninguém vai dizer que essa decisão é fácil, mas se você está insegura, não arrisque. Saiba como fazer essa transição da melhor maneira, tanto para você quanto para o seu bebê”
Assim que a coordenadora de recursos humanos Juliana Costa Curta, 27 anos, descobriu que estava grávida, com quatro semanas, disparou telefonemas e e-mails para as amigas que já tinham filhos e pediu a indicação de um obstetra.
Na primeira consulta, deixou claro que desejava ter o bebê de parto normal. Passaram–se 29 semanas e, na reta final da gravidez, a médica começou a questionar a decisão da futura mãe.
“O que ela quis dizer é que não faria o parto da maneira como eu queria. Ela não ia tentar o parto normal comigo. Saí do consultório e chorei desesperadamente”, lembra.
Essa mudança de postura do médico, dizem os especialistas ouvidos por CRESCER, é a responsável pela maior parte da troca de obstetra nos últimos meses de gestação.
Mas existem outros motivos para isso acontecer, como descredenciamento do convênio, mudança de cidade da paciente ou do especialista ou até porque o obstetra particular pediu um valor alto para fazer o parto – e a grávida não tem como pagar.
Se trocar de médico é uma mudança difícil e trabalhosa em qualquer momento da vida, no fim da gravidez é ainda mais complicado. “A mulher se sente como se tivesse sido traída”, afirma Carlos Navarro, obstetra, professor da Universidade Federal do Paraná, que afirma receber pelo menos três grávidas por semana com essa queixa.
Hora da mudança
Se você está surpresa com a mudança de atitude do seu obstetra, o melhor é, antes de tomar qualquer decisão, entender os motivos dela. E, se for o caso, ouvir um segundo especialista para ver se ela se justifica.
“De cara, não troque de médico, a não ser que a situação seja insustentável. Tente ouvir a opinião de outra profissional para saber se o diagnóstico que você recebeu não é verdade”, afirma Jorge Kuhn, obstetra, professor-assistente da Universidade Federal de São Paulo.
Se não for o caso, aí você precisa mudar mesmo. Na hora de marcar a consulta com o novo especialista, que pode ter sido indicado por uma amiga, alguém da família ou até pelo seu clínico geral, explique a situação e peça um agendamento de emergência, se possível.
Na primeira visita, observe tudo o que você notou na hora de escolher o primeiro. Veja como é o consultório, se o médico tem disponibilidade na agenda, fale com outras pacientes, pergunte alguns detalhes da rotina para a secretária etc. Sim, é preciso “vasculhar” tudo de novo. E leve seu marido. A mudança gera ansiedade na família também. Quanto mais os outros sentirem que vai dar certo, melhor para você.
Quando se encontrar com o especialista, não deixe de levar em conta o fator empatia. Pergunte se ele vai estar aqui quando o bebê nascer, se atende celular de madrugada etc.
“Fale porque você trocou de médico e que está procurando um profissional que a ajude a ter o parto da maneira que você deseja. Agora você tem pouco tempo para estabelecer uma relação de confiança”, diz Alamanda Kfoury, obstetra, professora da Universidade Federal de Minas Gerais.
Leve todos os exames e seu prontuário do pré-natal. Ali estão informações importantes sobre a evolução da sua gravidez e do bebê. Se você não tem esses documentos, peça as informações para o antigo médico. Ele é obrigado a fornecer todas as anotações, mesmo que sejam cópias.
Se você trocou de obstetra por conta do convênio, cheque se o novo especialista atende o seu plano de saúde e se faz parto na maternidade que você escolheu. Se ele não atende, avalie até que ponto vale a pena pagá-lo e faça as contas para ver se cabe no seu orçamento. Caso a resposta seja negativa, respire fundo e comece uma nova busca.
Ainda que você tenha gostado muito do novo médico e decidido seguir com ele, uma pontinha de insegurança pode aparecer, seguida da velha máxima: “Será que estou tomando a decisão certa?”.
A assistente comercial Priscila Pinheiro Candéa Moraes, 28 anos, grávida de 33 semanas, viveu esse drama por um mês.
“Eu chorava todos os dias. Foi o período mais difícil que enfrentei durante a gravidez”, diz. A psicóloga Mariana Tezini, da Casa Moara (SP), clínica multidisciplinar que atende gestantes, explica que se a mulher tiver bem desenhados os planos para a sua gravidez, essa sensação de angústia, aos poucos, vai ceder espaço para um grande alívio.
Definido quem vai cuidar de você, combine tudo sobre o parto: quem vai estar na hora, o tipo de anestesia, a música que vai tocar etc. São esses mínimos detalhes que vão deixar você ainda mais segura e tranquila para receber o seu bebê.
Este artigo pertence ao http://gestavida.blogspot.com/
Plágio é crime e está previsto no artigo 184 do Código Penal.