Estudos indicam que exercícios fisioterápicos ajudam na dilatação vaginal, facilitam o parto normal e diminuem a dor da gestante

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Movimentar-se antes de dar à luz pode ajudar – e muito – o processo. Foi o que concluíram pesquisadores australianos após avaliar 21 estudos produzidos ao redor do mundo com mais de 3 mil mulheres. Aqui no Brasil, Eliane Bio, fisioterapeuta, chegou às mesmas conclusões ao acompanhar 132 gestantes em trabalho de parto.

O estudo australiano, publicado na biblioteca The Cochrane Collaboration, diz que andar, sentar e ficar de pé pode ajudar que o parto aconteça mais rápido. As mulheres avaliadas que se movimentaram conseguiram reduzir o tempo do primeiro estágio do trabalho de parto e precisaram menos de anestesia epidural.

Os pesquisadores concluíram ainda que a movimentação não traz riscos à saúde da mãe ou do bebê.

Exercícios acompanhados por um fisioterapeuta

A pesquisadora brasileira Eliane Bio, fisioterapeuta, coordenou um estudo sobre o tema com 132 mulheres no Hospital Universitário da Universidade de São Paulo.

Eliane Bio dividiu o grupo em duas partes: 62 gestantes foram acompanhadas por ela durante o trabalho de parto, e o restante não contou com a presença de um fisioterapeuta. As mulheres selecionadas tinham um feto único, estavam na primeira gravidez e não apresentavam nenhuma patologia.

As gestantes que fizeram exercícios não precisaram de analgésicos e diminuíram em média 6 horas o tempo de trabalho de parto. Ainda dentro do grupo acompanhado por Eliane, as mulheres que necessitaram de anestesia o fizeram bem perto do nascimento. “Isso facilita a percepção do períneo e como fazer a força correta para o bebê nascer, evitando o uso de fórceps”, explica a fisioterapeuta.

De acordo com Eliane, a intervenção do fisioterapeuta já é tida como benéfica à gestante. “A pesquisa surgiu da necessidade de se demonstrar cientificamente uma experiência clínica de 30 anos, acompanhando grávidas na clínica particular, junto com obstetras que preconizam o parto normal”, diz. O objetivo do acompanhamento, diz, é tornar o processo mais confortável, resgatando o prazer do parto.

Mesmo sem a companhia de um fisioterapeuta, a gestante pode e deve se movimentar. “A Organização Mundial da Saúde preconiza desde 1996, que a parturiente (gestante) não fique deitada, imóvel no leito e que seja estimulada a andar ou ter a liberdade de adotar a posição que preferir”, diz Eliane.

Aléssio Calil Mathias, ginecologista e obstetra, concorda que a movimentação durante o trabalho de parto ajude o processo. Além de “trabalhar o colo do útero” e diminuir a dor, o médico diz que os exercícios aumentam a sensação de prazer e ajudam o fator psicológico. “Ao se concentrar nos gestos, a mulher desvia a atenção da dor”, diz Aléssio.

O obstetra ainda recomenda que as gestantes que estejam se sentindo bem durante o trabalho de parto se movimentem mesmo sem a orientação de um fisioterapeuta.

Este artigo pertence ao http://gestavida.blogspot.com/
Plágio é crime e está previsto no artigo 184 do Código Penal.
Thais Ramos Dias

Thais Ramos Dias

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